Não é a rua de Jesus. É a Praça Velha coberta por um manto branco e nem sequer tinha nevado nesse dia. Nem nesse, nem em nenhum outro, que se saiba.
Estava um ambiente frio. Dir-se-ia de cortar à faca.
Os agricultores indignavam-se manifestando o seu desagrado com a política do setor despejando o leite na Praça Velha que, à época, era uma das principais praças dos Açores…
Era um tempo em que a ilha Terceira tinha peso político no contexto regional. Um tempo em que as pessoas tinham coragem para poderem ir para a rua e manifestarem a sua indignação sem medo.
Dir-me-ão alguns que hoje não há motivo para ter medo. Dir-me-ão outros que não há motivo para indignação.
Se assim é, só me resta pedir desculpa pelas inverdades expostas e dizer-vos que, perante isso, o que pode estar a acontecer é que devo andar a viver noutra ilha ou noutro mundo…