É lamentável que a escolha de um candidato a Presidente de Câmara seja feita, por parte dos partidos políticos, não pelas suas ideias ou por aquilo que defendem, mas pela perceção pública que o eleitorado, aparentemente, tem da sua imagem.
Daí as sondagens constantes pagas muitas vezes com o dinheiro dos contribuintes e a criação de personagens não raramente de plástico ao gosto do eleitor, nem sempre coincidentes com o que os candidatos a candidatos realmente são ou pensam.
Com o advento das redes sociais essa construção de uma imagem pública vendável como um qualquer sabonete ou produto milagroso de emagrecimento rápido ficou mais fácil. Começa-se por se mudar a foto de capa do facebook por forma a mostrar amor pela sua terra do coração. Depois, altera-se a fotografia de perfil para uma com pose de estado no caso dos mais novos ou depara uma com ar mais descontraída e jovial no caso dos mais velhos.
O passo seguinte consiste em divulgar informação (?) de si próprio. é conveniente mostrar ou dar a ideia de que se está e se aparece em tudo – preferencialmente eventos do povo – e de que se gosta e se vive as tradições da sua terra desde pechinchinho – preferencialmente touradas e bailinhos de carnaval. Aliás, já o pai, o tio, o primo, o avô e o cão viviam intensamente tudo isso, mesmo que tenha sido só uma ou duas vezes.
O problema é que depois ganha um que não vai a touradas, não sai em bailinhos de carnaval nem em marchas e pouco se mistura com o chamado povo…
Quanto a conteúdo, ideias e propostas… nada. Convém não correr o risco de se dizer alguma coisa que as pessoas possam não gostar ou fugir da linha de pensamento de quem tem nas mãos o poder de o escolher, ou não, para candidato ou sucessor.
E claro, para o fim o óbvio: sorrir, sorrir muito e sempre a sorrir!