Agora a rua de Jesus também no Diário Insular! Este é o artigo da edição de hoje:
Durante séculos foi a espinha dorsal da Praia da Vitória. O eixo central. A rua onde tudo acontecia. Do largo da Luz à praça Francisco Ornelas da Câmara, era um corrupio de carros, autocarros e gente que davam à Praia aquele toque de urbanidade que a fez cidade. Uma cidade que já não existe.
A Praia perdeu importância e centralidade. Ficou sem gente.
E se em tempos teve um comércio pujante e uma atividade cultural, artística e criativa de vanguarda e de fazer inveja a outras terras, mais ricas e mesmo maiores do que ela, hoje vive adormecida e a sonhar com um regresso ao passado ou com as próximas festas da cidade que trarão gente, luz, movimento e uma boa razão para nos esquecermos do resto do ano. Valha-nos isso!
As pessoas já não vêm à rua de Jesus. Os munícipes e os terceirenses em geral deixaram de vir à cidade.
Dificultou-se a vida para quem cá quer vir às compras, tomar um café ou simplesmente passear. É difícil circular nos eixos principais e um pequeno erro de percurso obriga a que se dê três voltas à Praia e sempre a passar muito próximos dos novos polos comerciais e dos acessos fáceis à via rápida que nos leva a Angra. Não é fácil estacionar e já nem sequer os minibuses passam na rua de Jesus.
A cidade morre lentamente. Não tem gente. Vive entristecida na esperança que chegue mais um navio de Cruzeiros, numa espécie de dia de São Vapor, que encha a rua de gente, mesmo que não compre nada.
Felizmente, para tudo existe uma solução e os praienses sabem-no. Por duas vezes ao longo da história, já viram a sua cidade completamente destruída e por duas vezes a reconstruiram. Está tudo nas suas mãos. Como sempre.
Este é um ano de eleições autárquicas. O ano em que se decidem os destinos locais. No município praiense sabe-se que, por força da Lei, o Presidente será outro. Este é um ano para se exigirem soluções. Para se exigirem explicações. Para se apresentarem propostas.
É uma oportunidade para que as forças políticas e a chamada sociedade civil se sentem à volta da mesa, não a discutirem como agarrar este ou aquele subsídio ou como manter o Manel, o Joaquim ou a Maria em determinado cargo ou à frente de determinada instituição para garantir que fique sob a alçada do partido D ou E, mas que invistam o seu tempo à procura de soluções.
Não defendo aquilo a que habitualmente se chama um pacto de regime. O pluralismo e a diversidade de opiniões e ideias são o que melhor alimentam a democracia e o desenvolvimento. Defendo é que sejam os praienses a dizerem aos partidos a que pertencem ou com os quais simpatizem o que estes devem fazer e não o inverso, em que as direções partidárias, com interesse exclusivamente próprio, é que nos digam que rumo devemos tomar e o que é “melhor” para nós.
Falta à Praia quem tenha a ousadia e a coragem de arriscar a aplicação de um projeto de crescimento e desenvolvimento para a cidade e para o concelho que não seja politicamente correto, que não obedeça cegamente aos ditames de ideólogos e estrategas que só existem porque precisam de emprego ou programas inócuos que nada dizem para não se correrem riscos (isto também é populismo); sobejando, contudo, quem procure a afirmação dentro do seu partido e a legitimação, por esta via, de cargos ou de futuras posições em listas para voos mais altos numa espécie de sacrifício voluntário mas bem pago. Resistam a esta tentação. A Praia merece e precisa de mais.
Assim será esta “rua de Jesus”, um espaço semanal para se discutirem ideias e propor soluções.
Falta o comercio tradicional que havia vinte e tal anos atras supermercados a marcação das consultas a tesouraria o antigo hospital que obrigava as pessoas a percurrer a rua de Jesus toda isto são algumas coisas que davam algum movimento ha praia ate a evt afastaram do largo da luz
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