O Facebook recorda-me hoje os locais por onde andava há sete anos atrás quando ainda conseguia desfrutar de férias… Turquia. Capadócia.
Pela primeira vez, visitava um país com uma cultura completamente estranhas à minha, onde as pessoas andavam na rua vestidas de forma diferente e a comida, sempre acompanhada de iogurte natural, explodia em cor e aromas a especiarias sem que fosse muito diversificada.
Se a aridez e o exotismo das formações geológicas da paisagem têm uma beleza invulgar, a pobreza e a escassez de quase tudo, bem marcadas nas habitações e nas expressões dos poucos seres humanos que se atreviam a cruzar-se com os turistas de passagem, incomodam e constrangem.
A Capadócia fica perdida no tempo como se de um repositório de história se tratasse. Por ali se cruzam os caminhos que nos transportam do mundo árabe ao mundo cristão e que permitem a ligação entre as grandes civilizações do Médio Oriente e os Impérios da Europa.
Todos os povos que marcaram a cultura dita ocidental passaram por ali fazendo dos otomanos um povo especial entalado entre culturas. Hoje, mais de cem anos passados desde o desaire da Grande Guerra, os turcos, grandes e dominadores durante séculos, ainda procuram uma identidade. Muçulmanos sem serem árabes. Ocidentais sem serem europeus.
É uma busca constante. A busca de quem procura voltar a um passado perdido, mas irrecuperável. Curiosamente, em turco, laranja diz-se “portakal”.