Não tem o dramatismo nem a agressividade do toiro de Wall Street que aqui apresentei há algumas semanas atrás, mas também representa a coragem de alguém que, personificado por uma frágil menina, enfrenta o monstro, a besta, seja ela um toiro enlouquecido ou um cavalo atacante.
Se, com o toiro, a menina está de peito aberto, mãos na cintura, a desafiar o animal, com o cavalo, a menina prefere fechar os olhos e, numa espécie de “seja o que Deus quiser!”, amansa a fera.
A alegoria é perfeita. Pena que seja só uma obra escultórica, petrificada no caso do cavalo, metalizada no caso do toiro, por muito bons que sejam estes trabalhos. Pena que estas meninas não sejam Pinóquios e que se transformem em seres humanos com a sua coragem.
Enfrentar as feras e amansá-las é uma missão difícil, mas não é impossível.
Esta escultura gigantesca é da autoria de Claudia Fontes que representa a Argentina na Bienal de Veneza deste ano.
As fotografias são de Christopher Jobson.