

Nada é normal.
Tudo parece ter voltado à normalidade, mas nada mais é que uma ilusão ou um engano. Regressámos às rotinas a que tentamos chamar-lhes de habituais, mas não o são. Vamos ao café, levamos os filhos ao colégio, vamos trabalhar, vamos … Continuar a ler Nada é normal.

Uma porta sem postigo.
Na cidade da Areia Escura a rua de Nosso Senhor faz a ligação entre o largo das Candeias e a praça Dom Xico, a principal. É o seu eixo central. Onde se concentra todo o histórico imaginário local. Aquela artéria … Continuar a ler Uma porta sem postigo.

O nosso pequeno mundo.
Este ano, como vem sendo habitual, a ideia seria passar uns dias de férias com os miúdos algures no continente. Procurar um lugar diferente, oferecer-lhes novas experiências, dar-lhes mundo, ajudá-los a crescer. Um cruzeiro no Douro, umas noites numa aldeia … Continuar a ler O nosso pequeno mundo.

Um vício chamado cliente. Episódios de uma pandemia.
Primeiro, ligava a máquina do café. Só depois abria a porta. Era assim todos os dias. Não havia fins de semana, nem feriados, nem dias santos. Exceção para o dia de Natal. Mas até esse, desde que a mulher morrera, … Continuar a ler Um vício chamado cliente. Episódios de uma pandemia.

A Praia é mais antiga que Nova Iorque.
Os aparelhos de ar condicionado colocados há algum tempo na muralha da Praia foram retirados. À partida, para não serem repostos. Espero. Durante a quarentena, uma pessoa amiga telefonou-me a transmitir a novidade. Fiquei contente. Afinal, ainda existe na cidade … Continuar a ler A Praia é mais antiga que Nova Iorque.

A responsabilidade não está de quarentena.
O regresso traz consigo uma certa sensação de normalidade. São retomadas algumas rotinas, reveem-se pessoas, voltamos a circular na rua sem o sentimento da culpa na transgressão. Tudo parece normal, mas não é. O vírus não morreu. A doença por … Continuar a ler A responsabilidade não está de quarentena.

Um cravo para Joacine.
Parece absurdo, mas hoje é 30 de abril, dia da Liberdade. Sem cravos, sem Grândola à janela, sem discursos, sem decretos de intenções, sem apelos a uma sociedade livre, igualitária, onde o berço de nascimento ou a filiação partidária não … Continuar a ler Um cravo para Joacine.

No silêncio de um olhar.
Deixara de acreditar em Deus enquanto combatia na Guiné perdido e isolado no meio do mato. Deixara de acredita nos políticos, no exato momento em que os seus comparsas de trabalho foram promovidos, só porque pertenciam ao partido ou a … Continuar a ler No silêncio de um olhar.

Faz o que eu digo…
Encontraram-se ao Cruzeiro. Os dois. O Gabriel, pedalando a custo, encurvado na bicicleta como que debruçado sobre o guiador, vinha do lado do aeroporto. Cabelo grisalho, lambido sobre o cocuruto, bigode farto escondendo a boca e o corpo esquelético, em … Continuar a ler Faz o que eu digo…

Nem Pilatos, nem a Coroa de Espinhos.
Nem ceia, nem lava-pés, nem beijo da paz. Resta-nos a abstinência, a rejeição da carne, em dia de Sexta-feira Santa, e esperar pela Páscoa. Esta ou qualquer outra. Pelo dia em que, nas nossas vidas, reencontraremos a Luz. Chegará, disso … Continuar a ler Nem Pilatos, nem a Coroa de Espinhos.